A empresa Savoy, uma das maiores do Brasil no ramo imobiliário, é proprietária de uma área de 60 mil m², aproximadamente, no Jardim Tonato, bairro do extremo Sul de Carapicuíba, sem nenhum uso empresarial, que foi invadida por movimentos pró-moradia e hoje abriga em torno de 600 famílias.
Em março de 2010, a Savoy tinha conseguido junto à Justiça a reintegração de posse da área, mas a administração do prefeito Sergio Ribeiro (PT) conseguiu, primeiro, uma liminar obstando a reintegração e, posteriormente, apadrinhar uma negociação entre a proprietária e o Grupo Sonda, de supermercados, que se comprometera em comprar a área por R$ 6 milhões para repassá-la aos ocupantes e, posteriormente, negociar com estes uma forma de pagamento.
Como a negociação entre Sonda e Savoy não vingou, a proprietária voltou à carga para reaver a posse e conseguiu agora em janeiro uma nova ordem de reintegração de posse.
O prefeito Sergio Ribeiro e o deputado estadual Isac Reis se reuniram com o comando da Polícia Militar em Carapicuíba em busca de uma solução que evitasse o confronto na reintegração.
"Não desejamos aqui o que acontecem em São José dos Campos", disse ao Página Zero o deputado estadual Isac Reis (PT), falando com exclusividade para este jornal. "Já telefonei para Brasília e falei com o Paulo Maldos, secretário Nacional de Articulação Social, pedindo o auxílio do governo federal para o problema da Savoy", adiantou o deputado.
Maldos também acompanhou no dia 22 a reintegração de posse de uma área em São José dos Campos e saiu do local com ferimento nas costas por uma bala de borracha.
Isac disse também que pretendia, ainda na quinta-feira, fazer gestões junto ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) em busca de recursos para aquisição da área no Jardim Tonato e posterior urbanização dela para edificação de habitações populares. "O Estado ainda deve uma compensação ambiental para Carapicuíba, por conta do aterramento da Lagoa e esta pode ser uma boa hora para resgatarmos isso", espera o deputado.
Em 2008, uma reintegração de posse começou a ser executada na área da Savoy, acompanhada de perto pelo Página Zero, com a presença de um efetivo de 520 policiais, mas foi impedida logo no início por uma liminar.
"A busca por uma solução para essa questão é um compromisso meu, muito antes de ser prefeito. Agora, acho que temos a oportunidade. Essas famílias já edificaram suas vidas nesta terra e a simples retirada causaria um prejuízo social impensável", declarou o prefeito Sergio Ribeiro na tentativa de reintegração em 2010.
Ainda em março de 2010 disse Ribeiro: "De nossa parte, vamos formatar uma lei municipal de incentivos para viabilizar a participação dos dois entes governamentais, com possível isenção de alguns tributos, de forma a baratear o custo final de unidades habitacionais, numa composição em que o governo federal financiaria R$ 55.000,00, a CDHU outros R$ 15.000,00 para cada unidade, que teria custo final de R$ 70.000,00".
Tanto Ribeiro, quanto Isac avaliaram, na época, ser possível edificar 800 apartamentos na área da Savoy. "Dá para atender as quase 600 famílias que recadastramos nos últimos dias e ainda haverá um excedente para a enorme demanda que temos na cidade por moradia popular". Isac declarou não saber por quais razões a negociação entre Sonda e Savoy não prosperou, mas agora "importa arriscarmos todas as fórmulas possíveis para achar uma saída. No limite, vou sugerir ao prefeito que compre a área para evitar a reintegração e depois veremos como vamos pagá-la", completou o deputado do PT.
Fonte: Jornal Página Zero
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