sábado, 4 de junho de 2011

Sergio Ribeiro quer compensação por depósito de lama do Tietê

Prefeitura quer canalização imediata do córrego da Pedreira e mudança das famílias que vivem próximo à Lagoa. Prefeito também quer debater destinação da área com governo do Estado

O prefeito de Carapicuíba Sergio Ribeiro (PT) e o deputado estadual Isac Reis (PT) cobraram do governo do Estado garantias para a cidade, em função da deposição da lama da calha do rio Tietê na Lagoa de Carapicuíba. Eles se reuniram, na última terça-feira, 31, com o secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, para discutir as medidas compensatórias.

O depósito é consequência do dessassoreamento do rio Tietê - principal ação do governo estadual no combate às enchentes na região Metropolitana. Orçada em R$ 107,6 milhões, a obra irá aumentar a capacidade reservatória do leito do rio, evitando transbordamentos. A operação prevê a retirada de 2,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos, que servirão para aterrar a Lagoa. Ela será transformada em um lago, com apenas 4 metros de profundidade, integrando um parque de 500 mil metros quadrados.

Durante o encontro, Sergio Ribeiro reivindicou a elaboração de um cronograma de mudança das famílias, que vivem na área próxima à Lagoa, estabelecendo prazos e localização de suas novas moradias. Além disso, a prefeitura deseja a canalização imediata do córrego da Pedreira e a implantação de uma usina de reciclagem de entulho.

Na reunião, os representantes do governo e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) também se comprometeram em encaminhar o resultado das análises técnicas das amostras da lama do rio à municipalidade.

Com o intuito de preservar a população, eles ainda firmaram um compromisso para que os caminhões carregados de detritos não passem pelo perímetro urbano de Carapicuíba. Dessa forma, os veículos utilizarão uma passagem que dá acesso direto do Rodoanel à Lagoa.

Agora, um novo encontro irá reunir representantes das prefeituras de Osasco, Carapicuíba e Barueri, além de órgãos estaduais, como a Secretaria de Recursos Hídricos, o DAEE e a Cetesb, no próximo dia 16 de junho, em Carapicuíba. O objetivo é debater a utilização da área, depois das obras.

Entre as propostas em discussão, estão a criação de um Porto Seco, um centro de logística, um entreposto do CEAGESP ou um centro de convenções, nos moldes do Anhembi. “No momento, fala-se sobre a construção de um novo parque, mas já temos o Parque da Lagoa em fase de conclusão. Ele é uma é medida compensatória em razão dos resíduos das obras do rebaixamento da calha do Rio Tietê no período de 2002 a 2006, além de transporte de solo da Estação Faria Lima do Metrô, em 2009”, enfatizou Sergio Ribeiro.

Impacto

Não é a primeira vez que a Lagoa recebe material do rio Tietê. Em 2003, todos os detritos retirados do leito foram depositados no local. Na ocasião, a região foi alvo de contaminação, devido ao descarte de 200 mil toneladas de lama tóxica.

A diferença, agora, é que seu solo passará por um processo de recuperação ambiental, segundo o governo do Estado, possibilitando que a área seja utilizada pela população.

Ao utilizar a Lagoa, o governo do Estado fará uma economia de R$ 150 milhões. Isso porque não terá despesas com o despejo do material, o que não aconteceria se os detritos fossem levados para um aterro sanitário.

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