sábado, 28 de maio de 2011

ENTREVISTA - Aparecida da Graça Carlos (Secretária de Educação de Carapicuíba)

“Em 46 anos de Carapicuíba, só tínhamos mil vagas em creche. Hoje, em dois anos e meio de governo, já aumentamos para 4.500 vagas. São 3.500 a mais do que iniciamos”
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Nesta entrevista ao Diário da Região, a secretária de Educação de Carapicuíba, Aparecida da Graça Carlos, fala sobre importantes pontos trabalhados pela secretaria municipal, dentre eles o processo de aplicação do Plano de Carreira do Magistério, o aumento do número de vagas em creches e a necessidade de continuar ampliando esse serviço. Ela também fala da municipalização do ensino.
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A Secretaria de Educação trabalha em projetos conjuntos com os governos estadual e federal?
Temos vários projetos. Com a Secretaria de Educação do Estado, temos, por exemplo, o Ler e Escrever, onde é feita orientação e formação com os professores da nossa rede, tanto municipal quanto estadual. Em ambas as redes são atendidas crianças matriculadas do 1º ao 5º ano.
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Há algum projeto apresentado pela secretaria e que está aguardando aprovação?
Com o Estado, nós pedimos, novamente, as cinco unidades que estávamos para fechar convênios, isso ainda com o governo Serra. Tínhamos ainda quatro unidades escolares que serão ampliadas. Temos a rede municipal, que é a nossa responsabilidade, mas existe uma rede estadual que atende os alunos da nossa cidade e o prefeito (Sergio Ribeiro) tem preocupação com toda essa rede. Então estamos indo até o governo do Estado pedindo ampliação e reforma nas escolas. Foram quatro unidades atendidas e agora teremos mais três.
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Como está a aplicação do Plano de Carreira do Magistério?
Agora estamos na fase de enquadramento dos professores. Aqueles professores que tinham jornada de 20 horas e querem ampliar para 30 horas, por exemplo. Estamos finalizando todo esse processo este mês, e assim que terminar, começaremos a fazer o mesmo trabalho, porém com os coordenadores e diretores.

E quando esse processo será finalizado?
O plano está pronto. Agora estamos na fase de implantação. Temos 180 dias para fazer todo esse processo, que envolve contagem de tempo, como se fosse um mapeamento. Por exemplo, o professor que terminava sua carreira com o salário de hoje, nesse plano de carreira, já tem alterações no salário. Em caso de aposentadoria, os professores que se aposentavam com R$ 1.600, no máximo, hoje poderão receber aproximadamente R$ 3 mil. Quando falamos em carreira, muitas pessoas entendem que carreira é aquela que começa como professor, depois coordenador e, em seguida, diretor. Mas se o profissional quer continuar sendo professor, porque não valorizar aquele que gosta da sala de aula? Para que ele possa ter um aumento salarial dentro da função que ele faz, esse professor não precisa ir para parte burocrática, ele pode continuar na sala de aula, investir na formação com mestrado, doutorado, ou outros cursos de 300 horas, que ele vai ter aumento salarial e poderá continuar em sala de aula.
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Hoje a Prefeitura de Carapicuíba oferece quantas vagas em creches?
Nós iniciamos o ano de 2009 com apenas mil vagas em creches. Em 46 anos de Carapicuíba, só tínhamos mil vagas. Hoje, em dois anos e meio de governo, já aumentamos para 4.500 vagas, são 3.500 a mais do que iniciamos.
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E há projetos para continuar ampliando a quantidade de vagas?
Sim. Só esse ano estamos fazendo o pré-natal de 2.380 mulheres, se não forem gêmeos, são 2.380 crianças (risos), ou seja, ainda temos uma demanda muito grande. Quando o governador (Geraldo Alckmin) veio a Carapicuíba falar da ampliação da Etec e Fatec ele conversou com o prefeito e disse que o governo estadual iria ajudar na construção de novas creches. Mas tem aquelas que estamos iniciando a construção com recursos do próprio município. Durante esses dois anos e meio, também conseguimos aumentar para 4.500 o número de vagas, isso é conseqüência das reformas que fizemos e ampliamos algumas unidades. Também conseguimos, em parceria, terminar duas unidades que estavam paradas há 19 anos, uma no Jacarandá e outra na Estrada do Jataí. Conseguimos construir uma outra, que é o Zilda Arns, fora as nossas parcerias com entidades conveniadas.
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Com todas essas obras, quantas vagas serão abertas?
Pretendemos terminar o ano de 2012 com oito mil vagas.
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Recentemente o governo estadual anunciou a transferência, para as prefeituras, de alguns imóveis de escolas que antes eram do Estado e agora serão dos municípios. Como está esse processo em Carapicuíba?
Nós já enviamos para o jurídico. São seis EMEFs que foram municipalizadas e que não podemos ampliar sem ter esse domínio do terreno. E nós vamos ampliar uma dessas escolas com mais 15 salas. Toda documentação já está sendo providenciada.
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Quais as vantagens da municipalização?
Hoje, esperamos que as novas unidades que estamos pleiteando junto ao Estado já possam nascer municipalizadas. Agora, municipalizar escolas que já são do Estado, acho que depende muito do município verificar quais são as vantagens. Hoje, para nós, não seria vantagem. Mas tem um ponto importante: a rede municipal tem que atender o Ensino Infantil. Recebemos um Ensino Infantil que não tinha estrutura nenhuma, com uma defasagem muito grande, então a posição do nosso prefeito e a minha posição enquanto secretária, é que a gente garanta o que o município tem que garantir: a universalização do Ensino Infantil. Para isso estamos buscando terrenos para a construção de creches e EMEIs já que, em 2016, o município terá que atender todas as crianças de quatro anos. E o investimento mais caro não é nas escolas de 1º a 5º ano ou o Ensino Fundamental II, é nas creches.
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Por que a educação em creche consome esse tipo de investimento?
Porque não podemos deixar uma pessoa só na sala de aula. Para cada sete crianças temos que ter, pelo menos, duas pessoas para cuidar delas. Além disso, a alimentação deve ser diferenciada. Por isso é um ensino que exige um investimento muito maior e temos que ampliar. Agora, com essa obrigatoriedade em 2016, não dá para pensar em também assumir o Ensino Fundamental, que é do Estado. A nossa questão é: é importante que possamos atender o que é de nossa obrigação. Se puder atender uma outra faixa etária tudo bem, mas, primeiro, temos que atender o que nos compete.

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