“O meu compromisso era terminar o que havia sido começado, reformar o que estava caído aos pedaços, depois trabalhar em coisas novas. Esse ano vem as coisas novas”
Representante do poder executivo de Carapicuíba, o prefeito Sérgio Ribeiro entra em seu terceiro ano de mandato e continua a busca para resolver os principais problemas de Carapicuíba. Nesta entrevista, Sérgio Ribeiro fala sobre as soluções para o entulho e lixo na cidade e a criação do Plano Municipal de Manejo de Resíduos Sólidos.
Carapicuíba tem o problema da quantidade de entulho despejado em locais públicos. Como está sendo resolvida esta questão?
Já fizemos um estudo. A decisão foi construir uma usina de reciclagem de entulho. Temos, junto à Cetesb, um pedido de licenciamento para a área que funcionava o antigo lixão de Carapicuíba. Quando ele foi desativado não houve recuperação ambiental. A ideia é recuperar aquela área e instalar uma central de triagem de entulhos. Alguns materiais podem ser triturados e vendidos para industria de cerâmica e produção de energia, o que é uma forma barata e tem alto valor calorífico. Já tem uma empresa contratada que está trabalhando e fazendo os estudos. A legislação nesse aspecto é muito rigorosa. Nesse sentido, temos encaminhado uma solução e estamos dependendo dos órgãos do Estado para licenciamento e implantação da usina.
Há perspectiva de prazo para que este licenciamento seja liberado?
Não porque é uma coisa que depende do Estado e a Cetesb é rigorosa. Por enquanto, estamos atuando na esfera estritamente técnica desse assunto. Só ressaltar que não existe, pelo menos até onde eu conheço, nenhum município das 39 cidades da região metropolitana que dê destino adequado aos resíduos sólidos. No meu ponto de vista, esse problema deveria ter uma solução regional. Dia 8 tem uma audiência com Edson Aparecido, secretário de Assuntos Metropolitanos, e vou tratar desse assunto. Mas o problema com entulho também é uma questão cultural: uma pessoa gasta R$ 40 mil em uma reforma, ou R$ 100 mil em uma construção, e não quer gastar R$ 150,00 em uma caçamba para dar disposição adequada ao resíduo. Também estamos trabalhando no sentido de esclarecer a população que isso também é uma responsabilidade dela.
E como que está a situação do destino dado ao lixo domiciliar em Carapicuíba?
Aqui implantamos uma Lei estadual e federal no que diz respeito ao lixo. O domiciliar e o comercial, por imperativo legal, acima de 100 litros diários, quem tem que dar o destino é a empresa. No município coletávamos cerca de 8 a 9 mil toneladas por mês. Quando implantamos a Lei, que já existe em São Paulo, Osasco e Barueri, a cidade reduziu em 1.200 toneladas por mês. Agora contratamos uma empresa especializada na área, não somente de engenharia, como de direito para criar nosso Plano Municipal de Manejo de Resíduos Sólidos. Apresentar esse plano também é uma obrigatoriedade da Lei Federal. Poucas cidades do Brasil têm esse plano.
Por enquanto esses resíduos estão sendo depositados onde?
Sofá nós pegamos e enviamos para o aterro legalizado e controlado em Santana de Parnaíba. A madeira está sendo triturada no transbordo particular. O entulho temos usado para aterro de obras públicas e privadas. Mas sabemos que é uma situação precária. Carapicuíba tem a terceira densidade demográfica do Estado e que logo essa situação vai entrar em colapso.
Em curto prazo, qual é a ação para melhorar o problema do entulho e lixo?
Uma parte estamos pagando para dar destino adequado no aterro de Santana de Parnaíba. Quando você pega entulho no meio da rua vem saquinho de papel, plástico, isso nós retiramos e mandamos no lixo domiciliar normal. Aquilo que não é possível triturar e enviar para empresa encaminhamos para o aterro sanitário. Aquilo que é possível utilizar em obras, sub-base de pavimento, em aterro, aí utilizamos.
Recentemente foi feito em Carapicuíba uma pesquisa apontando o índice de qualidade de vida. Qual foi o resultado da pesquisa?
O índice de qualidade de vida não é uma pesquisa apenas que pergunta como a população vê determinado serviço público, mas qual a importância também que ele dá para resolução do problema. A pesquisa tem o sentido de entender qual é a percepção que o cidadão tem de quem é o responsável pelo problema. Foi uma pesquisa que estabeleceu notas e índices. Vamos enviar para Câmara Municipal um projeto de Lei para poder fazer essa pesquisa de dois em dois anos, independente de quem seja o próximo prefeito.
O resultado dessa pesquisa será utilizado em algumas de suas políticas públicas nesses dois anos de mandato?
Já estamos usando. Ela é uma ferramenta de gestão importante porque vai estabelecer o diálogo com o Governo Federal e Estadual para ver o que poderemos criar no que chamamos de Sinergia de Ações no sentido de resolver problemas.
Como o senhor está analisando as eleições para 2012?
Tenho acelerado os trabalhos do governo. Na avaliação que eu tenho, em 2008 o Brasil estava aguardando o desdobramento da crise mundial. Em 2009 assumimos a prefeitura com três folhas de pagamento atrasadas, os funcionários sem receber 13º e cesta básica. Em 2010, por conta da eleição, a legislação impede uma série de contratos e licitações. Então não foi um dos anos mais dinâmicos. Em 2011 é o ano de Carapicuíba conseguir mais recursos e implementar mais obras. Estamos totalmente focados no sentido de trabalhar para governar a cidade. O meu compromisso era terminar o que havia sido começado, reformar o que estava caído aos pedaços depois trabalhar em coisas novas. Esse ano vem as coisas novas.
Em sua reeleição, o senhor continuaria no PT?
Estou no PT desde os 14 anos. Não consigo me imaginar em outro partido que não o PT.
No caso da reeleição, o senhor permaneceria com o atual vice-prefeito Salim Reis (DEM)?
O Salim Reis é um grande parceiro e amigo. Ajuda e participa do nosso governo. Então a conjuntura, tanto eu como ele, vamos decidir mais para frente. Quem é oposição sempre busca antecipar as eleições, e quem é governo quer governar. Nosso foco agora é governar.
O senhor é do PT e o Salim Reis do DEM. Já houve divergências partidárias?
Existem coisas que estão além da ideologia. Eu preservo os valores e propostas do meu partido. Mas tapar um buraco ou criar mais vagas em creches não tem haver com isso. No meu sentido o debate ideológico tem validade. Agora existem temas ou tarefas que não é de um candidato, de um partido político, é a sociedade que tem que assumir para si.
Este ano o IPTU vai sofre reajuste. Quanto será o valor aproximado desse reajuste?
Para que o cidadão entenda, isso é uma correção da Planta Genérica de Valores que desde 1983 não era atualizado. Nessa época, o imóvel valia uma coisa, agora vale outra. Quando foi feita a pesquisa para saber quanto o imóvel vale atualmente, também foi verificado que, em alguns casos, o que estava sendo cobrado do cidadão era uma quantia maior do que deveria ser pago. Nessa situação o valor será reduzido. Haverá casos que o valor ficará estável.
*Entrevista concedida à Graciela Zabotto do jornal Diário da Região publicada em 05/02/2011
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